Este ano (2008) resolvemos ir até à Noruega. Antes de chegar lá, andámos a brincar às luzes de discoteca no aeroporto de Frankfurt, para passar o tempo.
O destino foi Ulvan (que é o nome de família do meu padrinho norueguês), que fica na Ulvoya (a ilha de Ulvan, portanto) (ponto e círculo vermelhos, respectivamente). A dita ilha fica a 180km do aeroporto de Trondheim (de carro, às curvas a contornar os recortes da costa, a evitar os veados e afins que há lá aos montes e no máximo a 90km/h na autoestrada ou 50-60km/h fora dela - lei é lei!). É bastante comum as ilhas estarem ligadas entre si por pontes ou túneis. Do continete para Hitra atravessa-se o tunel submarino mais profundo do mundo (5610m de comprimento e 264 abaixo do nível do mar) - sente-se mesmo os ouvidos a estalar e o frio (círculo roxo)!
As fotos acima são da vista da varanda da casa dos meus padrinhos (feio, não é? Horrível, no mínimo! ;) Estas são as férias ideais para gente zen e amantes da natureza e do ar puro! Na ilha, que tem umas quantas casas, há um supermercado, um pub, a estrada e montes de natureza. Na parte noroeste há um trilho para passeio e corrida com cerca de 6km. Todo o percurso está assinaldo com a letra T a vermelho para o pessoal não se perder e pelo caminho há uns banquinhos para descansar e algumas pontes, escadas e cordas para ajudar a malta nas partes mais difícies (mesmo assim, há pedaços do trajecto que não são recomendáveis para gente baixinha, não sei se me estou a fazer entender... lol).
Algumas fotos do percurso:
(nesta paisagem tipo prado verdejante costumam encontrar-se veados, alces, etc, mas fogem logo assim que sentem a nossa presença... por isso não há fotos... mas eu vi-os - a fugir!)
A meio do percurso há uma caixa de correio que contém um livro de visitas, para que quem lá passe possa deixar o seu testemunho. Pelo caminho e em toda a ilha há milhares de framboesas selvagens, é só apanhar e comer!
Depois de tanto exercício, nada como um bolinho de chocolate com framboesas roubadas (roubar para comer não é pecado!), para manter a forma (redonda!!). As fotos que se seguem foram tiradas em Fillan (ponto rosa no mapa). Na noruega, os cemitérios são tipo jardim, onde se vai passear e não na periferia das cidades num local escondido. Alem disso, segundo ouvi dizer, o velorio e um sitio tao bom como outro qualquer para conhecer pessoas, pois depois das despedidas (ao morto), ha comes e bebes para quem ainda anda por ca.
Quem é que achava que não havia coisas giras nas águas frias? Na marina de Fillan havia carradas de medusas coloridas, estrelas do mar, ouriços, etc, etc. Perto da igreja pode visitar-se o museu da costa (kystmuseet), que retrata o dia-a-dia de antigamente numa ilha tipo (Flatvik).
Depois de muito esforço para conseguirmos convencer o Sr. Ulvan (sénior) de que eu tinha mais de 18 anos e carta de condução ("mas quem é que vai conduzir o meu carro? A miúda?? E ela tem carta?" lol) lá fomos dar um passeio pelas ilhas de Hitra e Froya (a 50-60km/h, claro!). Em Froya apanhámos o barco para ir a Sula. O passeio pelo meio dos fiordes é bastante agradável e passa-se por bastantes ilhas pequeninas. Além disso, há várias aquaculturas de salmão espalhadas pelo fiorde (eles fartam-se de saltar, mas acho que não lhes adianta muito...).
A ilha de Sula (a azul no mapa) vale a pena ser visitada, é muito bonita. Aqui conhecemos uma personagem muito caricata: o Sr. Petter Johansen. Ele é o dono do museu particular de rak (museu da catraia - na minha terra chama-se ir à catraia o acto de passear à beira-mar e ir apanhando objectos trazidos pelo mar). Além de bastantes outros objectos curiosos, ele guarda mais de 100 cartas que vieram em garrafas.
Este país é um exemplo de civilização. As pessoas são calmas, não falam aos berros, cumprem os limites de velocidade sem reclamar e são honestas. É comum entrar num café ou barco e ter uma mesinha com waffles, creme, compota (normalmente de framboesa ou outras bagas) e café, um preçário e um mealheiro para depositar o dinheiro. E parece que funciona. Toda a gente se serve, calcula a conta e coloca as moedinhas no mealheiro. Estão a ver o sistema implementado em Portugal, né? Não só não pagavam como ainda levavam o mealheiro!
Quase todos os dias dava uma corridinha de manhã, nesta estrada (em cima, à direita).
Em cima temos a vista da antena das telecomunicações em Fillan e em baixo o interior do Knarren.
O que e que ha no menu para hoje? Baleia e sapateira!! E verdade, tudo delicioso. Mas nao se preocupem amiguinhos ambientalistas que estas baleias nao estao em vias de extincao.
Na Noruega as criancas ainda tem uma infancia saudavel, ao ar livre. Em vez de ficarem em casa a comer batatas fritas e gomas enquanto jogam na playstation, vao dar passeios de barco (e mais ou menos como a infancia do nosso amigo acoreano, tirando uma ou outra aventura traumatizante - para os outros, entenda-se! lol). As sapateiras foram de facto apanhadas pelo pequenote da familia, o Karl Petter, que colocou as armadilhas uns dias antes e depois foi la recolhe-las.
Este é o "hotel" da famíla :) (o tal com uma vista horrorosa...)
O que e que se faz num dia fantastico de ferias de verao? Um barbeque, por exemplo! Mas nao e um barbeque qualquer... e com muito estilo! Preparam-se a comidinha e acessorios, levam-se para o barco e vai-se comer para uma ilha deserta no meio dos fiordes!
Uma semana e tal desta vidinha relaxada ja me estava a deixar um bocadinho nervosa, mas agora devo confessar que ja tenho saudades!!
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