Sunday, January 25, 2009

Sverresborg Trondelag folk museum e Ringve

Do centro para a periferia. Depois de uma longa caminhada desde a ilha central, monte acima, lá chegámos finalmente ao Sverresborg Trondelag Folk Museum. O passeio e bastante agradavel, no meio da serra, com o rio ao lado. Este museu ao ar livre contém casas e edifícios de toda a região, que foram literalmente divididos em pecinhas, transportados para o local do museu e montados de novo. Pelo caminho, passamos por varios outros museus, incluindo o de historia natural.


La do alto, pode ver-se o Munkholmen, no meio do fiorde.

Dentro do museu, ha outros mini-museus, como o das telecomunicacoes:

Esta mercearia e tal e qual a da minha infancia, la na terrinha, onde ia com a avo ou a mae :)
Nao imaginam a quantidade de trofeus, acessorios, fotografias, pecas historicas que se podem visitar no museu do ski! Ate tem miniaturas dos atletas (e da respectiva facanha, na respectiva pista ou pico) que deram os melhores saltos e fizeram as acrobacias mais incriveis!


No museu ha a opcao de partir a aventura ou ir numa visita guiada. Durante esta visita, ha a possibilidade de entar nos edificios e ouvir um pouco da sua historia.
Esta igreja, por exemplo, explica a menina que foi construida usando uma tecnica especial, em que as pecas de madeira encaixam umas nas outras, sem ter sido utilizado um unico prego. A guia convida-nos a entrar e a fechar a porta. Acende uma vela. A ideia e imaginarmos que recuamos no tempo e que estamos na missa, no silencio e no escuro (felizmente os -20C do inverno estao so na nossa imaginacao, mas naquela epoca nao era raro as criancinhas morrerem no acto do baptismo, pois alem da temperatura ambiente ainda tinham que suportar serem completamente mergulhadas em agua fria).



Seguidamente, entramos na maquina do tempo de novo e estamos numa igreja luterana. Entramos e sentamo-nos. Os bancos sao propositadamente desconfortaveis, para que ninguem adormeca durante as infindaveis horas que dura a missa. Adicionalmente, havia alguem encarregue de circular pela igreja com um pau, para acordar quem nao estivesse atento. A igreja tem janelas apenas do lado sul, que corresponde ao lado onde se sentavam os homens. Sabem porque? Porque os homens valiam mais que as mulheres e por isso tinham direito a aquecer-se com os raios de sol. Alem disso, acreditava-se que os espiritos do mal vinham do norte (e assim atacavam as mulheres primeiro) - sem comentarios! Alem disso, na igreja, pode ver-se que a parte de tras foi dividida em dois andares. Este edificio foi vendido a um pescardor, que fez dele a sua casa. Era bastante comum vender igrejas a particulares, depois de construir uma substituta, quando ficavam pequenas para a populacao ou velhas demais.


Na quinta, visitamos os varios estabulos e arrumos e a casa do agricultor. Cada membro da familia tinha a sua colher, que guardava entre as tabuas da parede (desta forma, nao havia propagacao de doencas, como passou a haver depois de se comecar a lavar a loica toda junta na mesma agua). Naquele tempo, podiam nao ter muito, mas pelo menos uma colher tinham que ter. Talvez venha dai a tradicao norueguesa de oferecer uma olher de prata aos recem-nascidos.
Na fotografia em baixo podemos ver que a guia do museu parece estar a passar a ferro (observe-se tambem que usa sempre luvas para tocar em qualquer peca do museu). Na verdade, o objecto e mais do que um ferro de engomar, e um presente de casamento. O rapaz interessado na filha do agricultor esculpia e pintava a prancha de engomar e oferecia ao pai (nao a rapariga que, coitada, nao tinha voto na materia). O cavalo (ou vaca?) na pega simboliza fertilidade. Se o pai achasse que o "moco" se tinha empenhado o suficiente e estava a altura de fazer parte da familia concedia-lhe a mao da filha.


Da quinta para o salao de festas. Aqui era onde se celebravam os casamentos. As pinturas nos moveis sao alusivas a familia real e as cores utilizadas no tecto sao as da bandeira nacional. A cerveja vinha nuns jarros enormes (por tras da menina, em cima da porta) e era servida numas tacas (em cima da mesa, ao lado da menina), que rodavam por toda a gente. Os noivos tinham que dancar em cima de um pedaco de tronco, unidos por um pedaco de carne (nao, nao estou a inventar... foi o que a guia nos disse!). Os casamentos eram bastante frequentes, pois quando alguem morria tinha que ser imediatamente substituido, pois era menos um par de maos para trabalhar.

O museu compreende edificios da cidade ao campo, das montanhas a costa, das cabanas Sami as mansoes dos ricos e poderosos.


Inclui ainda uma quinta, com animais a serio, uma padaria onde se pode provar um pao caseiro delicioso, uma escola e varias casas de oficios.


Para finalizar, ha ainda o museu da medicina dentaria. Cheira mesmo a dentista, e impressionante! (pelo menos aqueles que ja tiveram um dia um sorriso metalico sabem do que estou a falar - cheira aquela massa que os dentistas usam para fazer o molde)



A saida do museu, enquanto esperavamos pelo autocarro (sim... nao estava a apetecer fazer a viagem de volta a pe outra vez!!), passou por nos um senhor a praticar um desporto original (para nos... acho que e comum na Noruega...): ski na estrada (com patins).
Na manha do ultimo dia, antes de ir para o aeroporto, ainda demos um saltinho a Ringve, o museu da musica, que fica num jardim botanico. O acesso ao jardim e gratuito e esta aberto 24h por dia. Tem plantas de todos os continentes e uma grande variedade ornitologica.
Infelizmente, o museu da musica so abria as 11h, pelo que apenas visitamos o jardim e a loja do museu :)







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