Sunday, October 08, 2006

Sabiam?

Recebi hoje a história do arroba por e-mail, que passo a partilhar (oh, não!! Mais um post gigante!! já ninguém aguenta tanta palavra junta!!):
Na idade média os livros eram escritos pelos copistas à mão. Precursores da taquigrafia, os copistas simplificavam o trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios, por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido (tempo era o que não faltava naquele tempo). O motivo era de ordem económica : tinta e papel eram valiosíssimos. Foi assim que surgiu o til (~), para substituir uma letra (um "m" ou um "n") que nasalizava a vogal anterior. Um til é um ene sobre a letra. O nome espanhol Francisco, que também era grafado "Phrancisco", ficou com a abreviatura "Phco." e "Pco". Daí foi fácil Francisco ganhar em espanhol o apelido Paco. Os santos, ao serem citados pelos copistas, eram identificados por uma acção significativa das suas vidas. Assim, o nome de São José aparecia seguido de "Jesus Christi Pater Putativus", ou seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde os copistas passaram a adoptar a abreviatura "JHS PP" e depois "PP". A pronúncia dessas letras em sequência explica porque José em espanhol tem o apelido de Pepe. Já para substituir a palavra latina "et" (e), os copistas criaram um símbolo que é o resultado do entrelaçamento dessas duas letras : &. Esse sinal é popularmente conhecido como "É comercial" e em inglês, tem o nome de ampersand, que vem do "and" (e em inglês) + "per se" (do latim por si) + "and". Com o mesmo recurso do entrelaçamento das letras, os copistas criaram o símbolo @ para substituir a preposição latina "ad", que tinha, entre outros, o sentido de "casa de". Veio a imprensa, foram-se os copistas, mas os símbolos @ e & continuaram a ser usados nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço; por exemplo: o registo contabilístico "10@£3" significava "10 unidades ao preço de 3 libras cada uma". Nessa época o símbolo @ em inglês já ficou conhecido como "at" (a ou em). No século XIX, nos portos da Catalunha (nordeste da Espanha), o comércio e a indústria procuravam imitar práticas comerciais e contabilísticas dos ingleses. Como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses atribuíam ao símbolo @ (a ou em), acharam que o símbolo seria uma unidade de peso. Para o entendimento contribuíram duas coincidências:
a unidade de peso comum para os espanhóis na época era a arroba, cujo "a" inicial lembra a forma do símbolo;
os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma arroba. Dessa forma, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registo de "10@£3" assim: "dez arrobas a 3 libras cada uma". Então o símbolo @ passou a ser usado pelos espanhóis para significar arroba.Arroba veio do árabe ar-ruba, que significa "a quarta parte" : arroba (15 kg em números redondos) correspondia a Œ de outra medida de origem árabe (quintar), o quintal (58,75 kg). As máquinas de escrever, na sua forma definitiva, começaram a ser comercializadas em 1874, nos Estados Unidos ( Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar os seus originais dactilografados). O teclado tinha o símbolo "@", que sobreviveu até aos teclados dos computadores. Em 1972, ao desenvolver o primeiro programa de correio electrónico (e-mail), Roy Tomlinson aproveitou o símbolo "@" (at), disponível no teclado, e utilizou-o entre o nome do usuário e o nome do provedor. Assim "Fulano@PX" passou a significar "Fulano no provedor X". Em diversos idiomas, o símbolo "@" ficou com o nome de alguma coisa parecida com a sua forma: em italiano chiocciola (caracol), em sueco snabel (tromba de elefante), em holandês, apestaart (rabo de macaco); em outros idiomas, tem o nome de um doce em forma circular: shtrudel, em Israel, strudel, na Áustria;

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