Sunday, March 25, 2007

Novos conhecimentos para tratamento de cancros metásticos

Estudos anteriores tinham já demonstrado que a proteína podocalixina podia ajudar a prever se o cancro da mama apresentava ou não capacidade de se metastizar. Agora cientistas da University of British Columbia (UBC), nos EUA, apresentam um estudo que indicia que esta proteína pode estar na causa da proliferação de cancros da mama e ovários mais invasivos.
De acordo com o novo estudo, publicado on-line pela Public Library of Science, a proteína podocalixina interfere na forma das células tumorais e na capacidade de adesão das mesmas e desta forma na potencialidade do tumor crescer e proliferar para outras zonas do corpo.
Os cientistas explica que, «a causa está escondida na superfície das células tumorais, por isso, estamos agora a desenvolver moléculas ‘inteligentes’ para bloquear a sua função. O objectivo último é gerar novos alvos, tratamentos não tóxicos – muito diferentes da quimioterapia standard que ‘atinge e queima’».
No estudo, as equipas de cientistas do Centro de Investigação Biomédica e do Departamento de Ciências Celular e Física, da UBC, explicam que descobriram que a proteína podocalixina aumenta a expansão da superfície das células tumorais não adesivas, afastando as moléculas adesivas e permitindo, desta forma, que as células malignas ‘livres’ consigam viajar para outros locais do corpo.
Para além disso, a proteína podocalixina ao expandir a superfície das células não adesivas arrasta com elas uma outra proteína, a NHERF-1, que se sabe estar relacionada com a invasão e o crescimento das células.
«Estamos agora a ver o que leva a forma característica da célula a mudar em tumores cancerígenos e possivelmente como estas células crescem e se metastizam. Dá-nos um alvo totalmente novo para terapia», refere Kelly McNagny, especialista em células estaminais e investigadora principal, que adianta, «se conseguirmos bloquear a proteína, podemos ser capazes de parar a proliferação das células».
Os cientistas esperam agora iniciar uma nova fase da investigação, ao desenvolver anticorpos capazes de bloquear a proteína e testá-los em modelos de animais. Apesar dos bons resultados, os investigadores acreditam que este conhecimento só poderá ter aplicações práticas, no tratamento de humanos, no espaço de 10 anos.

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